Esteroides sexuais no geral quando formulados para serem ingeridos de forma oral, costumam apresentar um grau de hepatotoxicidade maior. Isso inclui tanto andrógenos quanto ate o próprio etinil estradiol da pílula contraceptiva.
No contexto dos esteroides anabólicos androgênicos, aqueles que são 17alfa alquilados com um carbono adicionado na posição C-17, estes são os considerados mais resistentes portanto com maior potencial de “sobrecarga”. Mas dentre os compostos comuns que conhecemos, qual é o mais hepatotóxico?
Muitos acham que esse lugar é ocupado pela oximetolona (hemogenin) por associações extrapoladas a hepatocarcinomas em relatos de caso do passado, no entanto a oximetolona é um dos pouco esteroides que off-label é usado em uma janela de doses que ainda respeita a terapêutica original de 1mg a 5mg por kg de peso por dia. Quem fica com o posto então comparando miligrama por miligrama?
A resposta é o Stanozolol, usado na clinica em dosagens variando de 2mg a 4mg dia, apenas com essas dosagens já vemos um grande efeito negativo no lipidograma e na elevação das transaminases glutâmico-oxalacética e glutâmico-pirúvica (como pode ser visto na imagem). Como mencionei em outro post, o maior perigo com o uso/abuso de esteroides orais é o surgimento de neoplasias hepáticas, as quais muitas vezes não dependem exclusivamente de elevações prévias de TGP/TGO/GGT necessariamente. Logo compreender a arquitetura histológica do fígado, seu funcionamento/fisiologia e os possíveis desfechos é essencial para compreender esses quadros.
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